quarta-feira, 26 de abril de 2017

Novo meteorito é encontrado no Rio Grande do Sul - Meteorito Caçapava do Sul

O Rio Grande do Sul recebeu a sétima certificação de meteorito encontrado no Estado, no início de março deste ano, por uma rocha metálica que está em Caçapava do Sul. O meteorito, que recebeu o nome da cidade onde foi encontrado, é composto por ferro e níquel, diferente dos demais exemplares encontrados nas cidades gaúchas, segundo a professora Maria Elizabeth Zucolotto.
Foto: Portal Farrapo - http://www.farrapo.com.br
Ela é especialista em astrofísica, associada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), chefe-substituta do Departamento de Geologia e Paleontologia do Museu Nacional/UFRJ e curadora da meteorítica. Foi Maria Elizabeth quem constatou que a rocha de fato é um meteorito. Amanhã, ela deve estar em Caçapava do Sul para ver o exemplar de perto.
O pesquisador e geólogo Elver Teixeira, 63 anos, enviou amostras do material metálico para a curadora da meteorítica, no Rio de Janeiro, e recebeu a resposta no dia 9 de março deste ano. A rocha foi encontrada no Seival, localidade de Caçapava do Sul, e acredita-se que tenha caído há mais de 100 anos.
Longa busca
A história de Elver com o meteorito começou há 50 anos. Quando era criança, ele ouvia histórias de uma "pedra" muito pesada que estava na propriedade de um morador de Caçapava do Sul. Contudo, não conseguia encontrar a tal pedra.

Foto Portal Farrapo (http://www.farrapo.com.br).
Conforme crescia, Elver fez uma verdadeira caçada ao meteorito e sempre dizia para as pessoas que encontraria a rocha metálica. Além disso, comprovaria se tratar de algo de fora da Terra. Foi em 2014, que João Alfredo Rosa Lopes, 84 anos, entregou ao geólogo uma bolota de metal, com 27 quilos
Lopes contou a Elver que aquela "pedra" sempre esteve no pátio de sua casa e que o pai gostava de brincar com as visitas, pedindo que lhe entregassem a "pedrinha" que estava no chão.
– Fiquei muito feliz. Foram anos e anos procurando o material. Assim que consegui cortar um pedaço da rocha, contatei a professora Maria Elizabeth – comenta Elver.
A curadora da meteorítica conta que também ficou contente ao perceber que a amostra enviada pelo geólogo de Caçapava do Sul é mesmo um meteorito. Ela diz que é muito difícil encontrar este tipo de material. A professora comenta que quando alguém a procura, ela faz uma série de perguntas para avaliar se fará exames na amostra e, mesmo assim, 99,9% do material que recebe não são meteoritos.
Uma amostra do Meteorito Caçapava do Sul foi enviada à Universidade da Califórnia, em Los Angeles, para avaliar a classificação exata do exemplar. Ela acredita tratar-se do núcleo de um asteroide, mas apenas este laboratório pode dizer com certeza. O Meteorito Caçapava do Sul ficará em exposição no campus da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) da cidade. Por enquanto, a rocha está na casa do geólogo Elver Teixeira.
Maria Elizabeth está no Rio Grande do Sul desde sexta-feira visitando cidades que tem comprovação de meteoritos. Ontem, ela esteve em Nova Petrópolis. Antes de Caçapava do Sul, ela deve passar por Arvorezinha e Caxias do Sul.
Meteoritos são fragmentos de corpos extraterrestre (asteroides, cometas, planetas, outros) que sobrevivem a entrada da atmosfera terrestre, conseguindo atingir o solo, segundo a professora Maria Elizabeth Zucolotto. O Brasil tem, em média, 70 exemplares registrados. Existem, basicamente, 3 tipos:
Metálicos ou Sideritos 
formados basicamente por ligas metálicas ferro/níquel. Este é o tipo encontrado em Caçapava do Sul 
Rochosos ou Pétreos
como o próprio nome diz, eles são formados por materiais rochosos, como pedras. A professora comenta que estes são os mais difíceis de encontrar
Siderolitos
meteoritos classificados como siderolitos (ou mistos), são formados por uma composição mista de rocha e metal

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